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Tirando Dúvidas: Níveis Sequenciais da Escrita



Para ocorrer a alfabetização, levando em conta que nem todas as crianças acompanham o mesmo ritmo de aprendizagem, o professor deve estar sempre atento ao nível de escrita de cada aluno. Emilia Ferreiro, estudando a psicogênese da língua escrita, trouxe uma clareza sobre os níveis sequenciais de leitura com características bem distintas entre si, que faz com que consigamos entender as necessidades de cada aluno e trabalhar em cima dela. São elas: Nível pré-silábico, nível silábico, nível silábico-alfabético e nível alfabético. 

Vamos conferir alguns detalhes sobre eles:

Nível Pré-Silábico

No nível pré-silábico a criança explora os critérios quantitativos (procura variar a quantidade de letras de uma escrita para outra, para obter escritas diferentes) e os critérios qualitativos (procura variar o repertório das letras ou a posição das mesmas sem alterar a quantidade). Não existe uma relação entre grafema/fonema, as partes da escrita não correspondem às partes do nome. Cada letra pode valer pelo todo e não tem um valor em si mesma. Exemplo:


Hipótese central: 

▪ A escrita reproduz traços típicos da escrita; 
▪ Já compreende que para poderem ler coisas diferentes, deve haver uma utilizar letras diferentes. 

Processo gráfico: 

▪ Possuem grafismos ondulados ou quebrados (ziguezague), contínuos ou fragmentados ou como uma série de elementos discretos repetidos (séries de linhas verticais ou de bolinhas); 
▪ Os grafismos se aproximam das letras convencionais; 
▪Nessa fase conseguem adquirir modelos estáveis de escrita. Exemplos: o nome próprio, o nome dos familiares, o nome do brinquedo preferido. 

Fato conceitual: 

▪Intenção subjetiva (a forma escrita não tem relação com a forma gráfica); 
▪ Não é possível interpretar a escrita sem conhecer a intenção do autor; 
▪Tentativas de correspondência figurativa entre a escrita e objeto referido; 
▪ O que mais aparece nesta escrita são os substantivos; 
▪ Existe a preocupação de variar a quantidade, a qualidade e a posição das letras. 

Leitura: 

▪ Global.


Nível Silábico

Nesse nível cada grafismo corresponde a uma sílaba, ou seja, a criança descobre que a quantidade de letras com que se vai escrever uma palavra pode ter uma correspondência com a quantidade de partes que se reconhece na emissão oral. Pode haver uma associação do som à letra convencional ou não.


Hipótese central: 

▪ Procura atribuir valor sonoro a cada uma das letras que formam uma sílaba. 

Processo gráfico: 

▪Ainda aparecem algumas grafias distantes das formas convencionais das letras; 
▪ Conseguem atribuir valor sonoro convencional ou não às letras. 

Fato conceitual: 

▪ Nesta fase há um salto qualitativo, pois já conseguem estabelecer relações entre parte de textos escritos e parte de textos orais; 
▪ A criança trabalha com a hipótese de que a escrita representa partes sonoras da fala (recorte silábico); 
▪ Fase de conflito (retiram letras ou colocam letras a mais nas palavras); 

Leitura: 

▪ Silábica.



Nível Silábico-Alfabético 

No nível silábico-alfabético, a criança pode fazer a correspondência entre sons e grafias silábica e alfabética, ou seja, ela escreve parte da palavra utilizando a hipótese silábica e parte da palavra analisando os fonemas da sílaba.


Hipótese central: 

▪ Nessa fase surge um conflito entre a hipótese silábica e a escrita convencional, pois começam a perceber que uma palavra possui mais letras do que o representado em suas escritas; 
▪ A criança descobre que escrever é fazer uma análise que vá além da sílaba. 

Processo gráfico: 

▪ Ocorre alternância da escrita, ora utilizando a hipótese silábica e ora utilizando uma relação fonética.

Fato conceitual: 

▪ Uma transição entre o silábico e o alfabético; 
▪ Início de contradição entre o valor sonoro atribuído às letras. 

Leitura: 

 ▪ Pode ler globalmente as palavras (fase de grande conflito).


Nível Alfabético 

A criança faz a correspondência entre fonemas e grafias.


Hipótese central: 

▪ A criança descobre que para cada fonema deve corresponder um grafema, que são unidades menores do que as sílabas. 

Processo gráfico: 

▪ Escrita alfabética. 

Fato conceitual: 

▪ Percebem que uma sílaba é composta por letras que variam de uma a cinco, não mantém a mesma quantidade. 

Leitura: 

 ▪ Cada vez mais próxima da leitura convencional.



Sondagem:

O professor pode realizar as seguintes atividades para testar o nível de escrita de cada aluno, fazendo a avaliação ao final de acordo com as especificações acima:




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